Obra-prima do Barroco, a Casa da Livraria foi edificada sob o patrocínio de D João V, adotando a designação de Biblioteca Joanina em homenagem ao seu patrono.
Construída de modo a exaltar o monarca e a riqueza do império, nomeadamente da provinda do Brasil, esta biblioteca é, para além de uma esplendorosa combinação de materiais exóticos, um verdadeiro cofre forte de livros.
Concebida como um paralelepípedo disposto em altura para vencer a diferença de cota, encostado à cabeceira da Capela, abre para o pátio o piso principal correspondente às salas nobres, a que se acede por um portal monumental, como um arco de triunfo, ladeado de colunas jónicas e dominado por um magnífico escudo real.
No interior aguarda o visitante uma sucessão de três salas comunicantes que, sabiamente, conduzem o olhar do visitante para o retrato do patrono, D. João V, da autoria do pintor saboiano Domenico Duprà.
O interior, realizado por Manuel da Silva ao longo de 40 meses, é integralmente revestido por estantes forradas a folha de ouro e decoradas com motivos chineses, que estabelecem uma interessante relação cromática com os fundos pintados a verde, vermelho e negro.
Em contraste com o pavimento em pedra calcária cinzenta e branca ressaltam os coloridos tetos decorados com alegorias dedicadas ao triunfo da Universidade.